Anticoncepcional: o que você precisa saber para escolher o seu

Andrea Muller

Andrea Muller

Ginecologista e Obstetra

Na hora de escolher o melhor anticoncepcional, é importante contar com o apoio de um médico que a orientará levando em consideração suas características individuais e eventuais problemas de saúde que você possa ter.

 

Segundo Nilson Roberto de Melo, ginecologista-chefe do Departamento de Planejamento Familiar do Hospital das Clínicas de São Paulo, o anticoncepcional mais usado no mundo é a pílula combinada de uso diário, disponível em diversas formas e sobre a qual há inúmeros estudos.

 

“Mas uma mulher muito esquecida não pode tomar pílula, pelo risco de falha do método. Hoje há recursos tecnológicos que podem ajudar a não esquecer, como os aplicativos para celular que lembram a hora de se medicar, mas é melhor indicar um que não dependa da lembrança da usuária”, afirma o ginecologista.

 

Métodos contraceptivos de longo prazo

 

Nos casos em que lembrar é um problema, o especialista diz que os métodos contraceptivos de longo prazo, como os dispositivo intrauterinos – tanto o hormonal quanto o não hormonal– e os implantes anticoncepcionais, podem ser mais eficazes por dependerem menos da mulher.

 

“A pílula é eficaz se tomada de forma correta. Se esquecer, a eficácia diminui. Já o DIU, o DIU Hormonal e o implante têm a eficácia teórica e prática muito próximas, por isso tem crescido a preferência por esse tipo de método, que pode durar até dez anos”, explica Melo. Entretanto, o ginecologista lembra que métodos como o DIU/DIU Hormonal não podem ser utilizados por qualquer pessoa. Cada caso tem de ser avaliado individualmente.

 

De acordo com o ginecologista, ainda que seja importante a consulta com um médico, a escolha final do melhor anticoncepcional a ser adotado deve ser da mulher. Ela precisa ser informada sobre os riscos e benefícios de cada um. Além disso, o profissional de saúde deve orientá-la corretamente, desaconselhando ou deixando de prescrever contraceptivos que apresentem contraindicações. “O médico não pode impor risco à paciente”, diz ele.

 

Métodos anticoncepcionais não hormonais

 

Os métodos anticoncepcionais não hormonais são aqueles em que a contracepção não utiliza hormônio. Dividem-se em três tipos: muito eficientes, eficientes e pouco eficientes.

 

Muito eficientes

 

  • DIU de cobre: índice de falha 0.1%
  • Vasectomia e Laqueadura: índice de falha 1%
  • Abstinência sexual: índice de falha 0%

 

Eficientes

 

  • Camisinha: índice de falha 8% a 20%
  • Diafragma: índice de falha 8% a 20%
  • Camisinha feminina: índice de falha 8% a 20%

 

Pouco eficientes

 

  • Espermaticida: índice de falha 20%
  • Método do muco cervical: índice de falha 10% a 20%
  • Tabelinha: índice de falha 10% a 20%
  • Coito interrompido: índice de falha 15% a 20%

 

Métodos anticoncepcionais hormonais

 

Os métodos contraceptivos hormonais são aqueles em que a prevenção da gravidez é controlada por hormônios. Divide-se em muito eficientes e eficientes.

 

Muito eficientes

 

  • Pílula: índice de falha 0,1%
  • Injeção anticoncepcional: índice de falha 0,1%
  • Sistema intrauterino liberador de levonorgestrel (DIU hormonal): índice de falha 0,1%
  • Implante: índice de falha 0,1%
  • Anel vaginal: índice de falha 0,1%
  • Adesivo anticoncepcional: índice de falha 0,1%

 

Eficientes

 

  • Pílula do dia seguinte: índice de falha 5% a 20%

 

Principais métodos indicados para cada perfil

 

Adolescentes:

  • Camisinha
  • Pílula

 

Para a mulher que já possui família e não quer mais ter filhos:

  • DIU ou DIU Hormonal
  • Implante
  • Vasectomia
  • Ligadura de trompas/laqueadura tubária
  • Pílula
  • Injeção anticoncepcional
  • Adesivo anticoncepcional
  • Anel anticoncepcional

 

Para mulher que quer espaçar uma nova gravidez:

  • DIU ou DIU Hormonal
  • Pílula
  • Injeção anticoncepcional
  • Implante
  • Adesivo anticoncepcional
  • Anel anticoncepcional

 

Para a mulher que está amamentando*

 

Nesse caso, é importante que ela não utilize pílulas compostas por progesterona e estrogênio. Isso porque esse último hormônio pode afetar a produção de leite. Por isso, a mulher que está amamentando pode usar: camisinha, DIU, DIU hormonal, Minipílula (feita apenas com progesterona) e injeção anticoncepcional trimestral.

Referências:

Contraceptive Tecnology. Contraceptive Efficacy

 

 

Supervisão:

Sérgio dos Passos Ramos (CRM 17.178 – SP)

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