Perguntas Frequentes / Doenças Femininas
Não existe atualmente nenhum meio de transmissão conhecido para a vaginose bacteriana e não há prova de que seja uma doença sexualmente transmissível. O que se sabe é que algumas mulheres podem sofrer um desequilíbrio da flora microbiana natural da vagina, dando oportunidade para que diversos microrganismos cresçam indevidamente, como a bactéria Gardnerella vaginalis.
Referências:
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para atenção integral às pessoas com infecções sexualmente transmissíveis (IST) [internet]. 2018. Acesso em 03 de junho de 2024. Disponível em: https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/infeccoes_sexualmente_transmissiveis.pdf
a. Candidíase tem cura ou sempre tem possibilidade de voltar?
b. A candidíase é causada pelo uso de anticoncepcionais?
c. Se for, quais são eles?
d. Como evitar que a candidíase volte, além do uso de camisinha?
Primeiro, vamos entender o que é a candidíase. Essa é uma inflamação vaginal causada pela proliferação de fungos que fazem parte da flora natural dessa região. Como esses microrganismos crescem em ambientes úmidos e escuros, é importante ter cuidados extras com a higiene íntima para evitar a doença. Além disso, apesar de a candidíase não ser uma infecção sexualmente transmissível (IST), o uso de preservativos diminui as recidivas desse quadro.
Outras formas de prevenir a candidíase vaginal são:
- Utilizar roupas mais largas e evitar os tecidos sintéticos, que prejudicam a ventilação;
- Dormir sem calcinha;
- Controlar doenças crônicas, principalmente o diabetes;
- Não utilizar corticoides e antibióticos sem orientação médica.
Com relação à cura, a resposta é “sim”. A candidíase tem cura, principalmente se as medicações e medidas de higiene forem feitas adequadamente. Porém, algumas mulheres podem ter candidíase recorrente, que é quando há pelo menos quatro episódios em um ano, precisando de um tratamento médico diferenciado.
Atualmente os anticoncepcionais não estão entre as principais causas da candidíase, mas alguns estudos já indicaram que, em algumas pacientes, o uso de anticoncepcionais pode, sim, ser um fator de risco.
Referências:
1. Protocolos Febrasgo. Vaginites e vaginoses [internet]. Ginecologia – nº 24, 218. Acesso em 03 de junho de 2024. Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/images/pec/Protocolos-assistenciais/Protocolos-assistenciais-ginecologia.pdf/NOVO_Vaginites-e-Vaginoses.pdf
2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para atenção integral às pessoas com infecções sexualmente transmissíveis (IST) [internet]. 2018. Acesso em 03 de junho de 2024. Disponível em: https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/infeccoes_sexualmente_transmissiveis.pdf
3. Soares DM, Lima EO, Soares DMM, et al. Candidíase vulvovaginal: uma revisão de literatura com abordagem para Candida albicans. BJSCR. 2018;25(1):28-34. Acesso em 03 de junho de 2024. Disponível em: https://www.mastereditora.com.br/periodico/20181204_202650.pdf
4. Jacomini BB, Jacomini EB, Faraoni HG, et al. Candidíase vulvovaginal recorrente: uma visão geral das perspectivas atuais. BJD. 2022;8(9): 64680–97. Acesso em 03 de junho de 2024. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/52592
5. de Pier MG. Candidíase [internet]. Artigo de conclusão de curso de pós-graduação em Microbiologia Clínica. Anais da Academia de Ciências e Tecnologia de São José do Rio Preto, 2008. Acesso em 03 de junho de 2024. Disponível em: https://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACET/IMAGENS/biblioteca-digital/microbiologia/microbiologia_das_infeccoes/21-Candidiase.pdf
Sim, tanto o vírus da imunodeficiência humana (HIV), causador da AIDS, quanto o papilomavírus (HPV) podem ser transmitidos pelo sexo oral, pois a transmissão ocorre pelo simples contato com a mucosa infectada. Use sempre camisinha.
Referências:
1. Brasil. Ministério da Saúde. Saúde de A a Z. Aids/HIV. Transmissão [internet].16 de fevereiro de 2023. Acesso em 03 de junho de 2024. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/aids-hiv/transmissao-da-aids-hiv
2. Brasil. Ministério da Saúde. Entenda como o papilomavírus humano (HPV) pode se manifestar [internet]. 16 de abril de 2024. Acesso em 03 de junho de 2024. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2024/abril/entenda-como-o-papilomavirus-humano-hpv-pode-se-manifestar
Não. Para transmitir o vírus, o homem precisa estar contaminado. No entanto, muitas vezes ele não tem sintomas, não sabe que é portador de uma IST e acaba transmitindo a infecção para outras mulheres. Por isso, é fundamental manter relações sexuais protegidas e realizar acompanhamento médico periódico.
Referências:
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST e Aids. Manual de bolso das doenças sexualmente transmissíveis [internet]. Brasília: Ministério da Saúde. 2005. 108p. Acesso em 03 de junho e 2024. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/controle_doencas_sexualmente_transmissiveis.pdf
A sífilis é uma IST que pode ser detectada por meio de exame de sangue, chamado de teste imunológico. Existem, inclusive, dois tipos para esse diagnóstico: o teste treponêmico e o não treponêmico.
Já o HPV não é detectável por meio de exame de sangue. Essa IST é diagnosticada a partir de uma avaliação das lesões típicas causadas pelo papilomavírus humano, podendo ser complementado com exames específicos para constatar alteração nas células e a presença do vírus.
Referências:
1. Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia. Projeto Diretrizes. Papilomavírus Humano (HPV): Diagnóstico e Tratamento [internet]. 11 de setembro de 2022. Acesso em 03 de junho de 2024. Disponível em: https://amb.org.br/files/_BibliotecaAntiga/papilomavirus-humano(hpv)diagnostico-e-tratamento.pdf
2. Brasil. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para atenção integral às pessoas com infecções sexualmente transmissíveis – IST [internet]. Brasília: Ministério da Saúde, 2022. 211 p. Acesso em 03 de junho de 2024. Disponível em: https://www.gov.br/aids/pt-br/central-de-conteudo/pcdts/2022/ist/pcdt-ist-2022_isbn-1.pdf/view
Não existe nenhuma comprovação de que o vírus HPV possa ser transmitido pelo vaso sanitário, ou pelo compartilhamento de roupas íntimas ou toalhas. O contágio se dá principalmente por meio de relação sexual desprotegida, mas o vírus também pode ser transmitido pelo parto e, muito raramente, pelas mãos.
Referências:
1. Biblioteca Virtual em Saúde. BVS Atenção Primária em Saúde. Como se dá a propagação do HPV? [internet]. 29 de maio de 2019. Acesso em 03 de junho de 2024. Disponível em: https://aps-repo.bvs.br/aps/como-se-da-a-propagacao-do-hpv/
2. Brasil. Ministério da Saúde. Biblioteca Virtual em Saúde. BVS Atenção Primária em Saúde. Como se dá a propagação do HPV? [internet]. 29 de maio de 2019. Acesso em 03 de junho de 2024. Disponível em: https://aps-repo.bvs.br/aps/como-se-da-a-propagacao-do-hpv/
Sim, o sexo anal é uma importante via de transmissão do HPV e, nesse caso, o vírus se aloja na região anogenital, que compreende a área em volta do ânus, o períneo e o órgão genital em si. Por isso, pessoas que tiveram relação sexual anal desprotegida devem passar por uma avaliação médica periódica para checar o surgimento de lesões típicas, pesquisando a presença do vírus sempre que possível.
Referências:
1. Brasil. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para atenção integral às pessoas com infecções sexualmente transmissíveis – IST [internet]. Brasília: Ministério da Saúde, 2022. 211 p. Acesso em 03 de junho de 2024. Disponível em: https://www.gov.br/aids/pt-br/central-de-conteudo/pcdts/2022/ist/pcdt-ist-2022_isbn-1.pdf/view
2. Monteiro BKSM, Santos JGC, Maia MM, et al. Papilomavírus humano em região anal: revisão de literatura. Rev Med Minas Gerais. 2019;29:e-2027.
O HPV é um vírus que pode se instalar tanto na cavidade oral quanto na região anogenital, que compreende a área em volta do ânus, o períneo e o órgão genital em si. Portanto, pessoas com HPV não devem fazer sexo oral desprotegido. Além disso, vale a pena reforçar que cada vez mais o HPV tem sido relacionado com o câncer de boca. Portanto, proteja-se sempre!
Referências:
1. de Oliveira AKSG, Jacyntho CMA, Tso FK, et al. Comissão Nacional Especializada em Trato Genital Inferior da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Febrasgo Position Statement. Infecção pelo HPV – Rastreamento, diagnóstico e conduta nas lesões HPV-induzidas [internet]. Nº 3. Março 2021. Acesso em 03 de junho de 2024. Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/images/pec/CNE_pdfs/FPS-N3-Marco-2021-portugues.pdf
2. Corrêa AA. HPV – papilomavirus humano [internet]. Departamento de Microbiologia e Parasitologia da Universidade Federal Fluminense (UFF). 2017. Acesso em 03 de junho de 2024. Disponível em: http://virologia.sites.uff.br/wp-content/uploads/sites/236/2017/12/hpv_odonto2017.pdf
O HPV geralmente não causa sintomas, podendo permanecer latente (oculto) por meses ou anos e evoluir ou com resolução espontânea ou com o surgimento de verrugas. Portanto, se um dos parceiros teve contato com alguma pessoa com o vírus, mesmo que há muitos anos, há risco de transmissão ao parceiro atual. Vale lembrar que uma pessoa pode ter HPV sem ter lesões de pele.
Referências:
1. Brasil. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para atenção integral às pessoas com infecções sexualmente transmissíveis – IST [internet]. Brasília: Ministério da Saúde, 2022. 211 p. Acesso em 03 de junho de 2024. Disponível em: https://www.gov.br/aids/pt-br/central-de-conteudo/pcdts/2022/ist/pcdt-ist-2022_isbn-1.pdf/view
Deve-se evitar relações sexuais nas 48 horas que antecedem o exame, pois pode comprometer a qualidade do material coletado para análise. Assim, mulheres que tiveram relações sexuais menos de dois dias antes do papanicolau devem, preferencialmente, reagendar a coleta.
Referências:
1. Brasil. Ministério da Saúde. Biblioteca Virtual em Saúde. Papanicolau (exame preventivo de colo de útero) [internet]. Julho de 2011. Acesso em 03 de junho de 2024. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/papanicolau-exame-preventivo-de-colo-de-utero/
A dor durante a relação sexual (dispareunia) é um sintoma bastante comum entre as mulheres e pode ser causada por inúmeros motivos, como infecções, endometriose, alteração anatômica e outros. Procure um ginecologista para investigar esse sintoma.
Referências:
1. Brasil APA, Abdo CHN. Transtornos sexuais dolorosos femininos. Diagn Tratamento. 2016;21(2):89-92. http://files.bvs.br/upload/S/1413-9979/2016/v21n2/a5592.pdf
PP-KYL-BR-1697-1