Atualmente existem métodos contraceptivos que permitem que a menstruação ocorra com menos frequência ou até não ocorra. Por esse motivo muitas mulheres têm questionado se alterar o ciclo menstrual pode causar algum dano à saúde.
A menstruação frequente é um fenômeno relativamente novo. Estima-se que as mulheres pré históricas menstruavam cerca de 50 vezes na vida: atualmente as mulheres modernas menstruam em média 450 vezes. Essa diferença pode ser porque antigamente a vida da mulher se caracterizava por gestações consecutivas, amamentação prolongada e sua expectativa de vida era mais baixa.
A habitual menstruação mensal com o uso de pílulas teve inicio com John Rock e Gregory Pincus em 1958. Desde essa época, se comentava que a mulher poderia escolher a duração do seu ciclo menstrual, mas por questões políticas, culturais e religiosas da época a menstruação era mensal. Apesar de haver sangramento mensal com as pílulas, este não é uma menstruação e sim um sangramento pela retirada brusca de hormônios.
Pesquisas demonstram que 62% das mulheres gostariam de menstruar menos frequentemente ou não menstruar. Motivos para isso incluem: reduzir sintomas menstruais, higiene, melhoria na qualidade de vida e diminuir o sangramento.
Uma pesquisa feita com ginecologistas brasileiros mostra que 93% deles consideram ser seguro não menstruar.
A supressão da menstruação ganhou legitimidade ao ser utilizada como tratamento de doenças como cólicas menstruais, miomas, endometriose, etc. Conclui-se então que o sangramento mensal não é necessário para a eficácia contraceptiva ou do tratamento. Diversos países, inclusive o Brasil, já têm medicamentos aprovados para tal fim.
O bloqueio da menstruação também pode apresentar vantagens como: maior adesão ao método contraceptivo, menor interferência nas atividades diárias ou ocasiões especiais, menor gasto com produtos de higiene e menos faltas no trabalho/escola por queixas relacionadas à menstruação.
Por isso, seja qual for a sua preferência, converse com o seu médico ginecologista pois somente vocês dois poderão decidir qual o melhor intervalo menstrual e qual a melhor forma de atingir o objetivo.
Dra. Thaís Emy Ushikusa
Ginecologista, obstetra e colposcopista.
Gerente Médica – Bayer SA
Fontes:
Jensen JT, Garie SG, trummer D, Elliesen J. COntraception 2012.
Jacobson JC, Likis FE, Murphy PA. J Midwifery Women’s Health 2012.
Pompei LM, Fernandes CE, Steiner ML et al. Gynecol Endocrinol 2013.
Christin-Maitre S. Clin Endocrinol Metabol. 2013.
Edelman AE, Gallo MF, Nichols MD et al. Hum Reprod 2006.
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