A endometriose, uma doença ainda desconhecida por muitas mulheres e que pode levar à infertilidade, acomete o aparelho reprodutivo feminino antes mesmo da idade adulta, causando sofrimento desde a adolescência. A doença se caracteriza pela presença de tecido do endométrio, camada que reveste o útero e que é expelido durante a menstruação, fora da cavidade uterina. Esse tecido se aloja nos ovários, trompas, peritônio (tecido que reveste o abdômen), podendo atingir até mesmo o intestino, causando fortes dores abdominais.
Quando surge na adolescência, a doença é de difícil diagnóstico pois muitos dos sintomas, como as cólicas frequentes, podem ser confundidos com problemas intestinais ou serem considerados normais da fase de vida da adolescente. Muitas meninas que têm endometriose ainda não entraram na idade reprodutiva e não iniciaram sua vida sexual, portanto, não apresentam sintomas da doença que se manisfestam nessa fase como dor durante as relações sexuais e dificuldade para engravidar, o que pode dificultar ainda mais o diagnóstico.
Diversos estudos sobre o tema revelam que de 50% a 70% das meninas que sofrem com fortes cólicas e que não apresentam melhoras dos sintomas após uso de anti-inflamatórios ou contraceptivos orais (pílulas), ao fazer o exame de laparoscopia, são diagnosticadas com endometriose.
Os sintomas mais comuns da endometriose em adolescentes são dores abdominais periódicas ou constantes, dor na relação sexual, fortes cólicas menstruais, problemas intestinais e até mesmo desconforto ao urinar. Segundo dados da Endometriosis Association, cerca de 66% das pacientes adultas com a doença, começaram a sentir os sintomas antes dos 20 anos. Estudos comprovam que é importante realizar uma investigação adequada, já que entre o início dos sintomas e a confirmação da doença em adolescentes pode decorrer até 12 anos, tempo suficiente para comprometer a fertilidade da paciente.
O tratamento para a endometriose é feito por métodos cirúrgicos ou medicamentosos. para adolescentes o melhor tratamento deve ser avaliado caso a caso pelo ginecologista. Atualmente, tratamentos inovadores têm sido desenvolvidos visando garantir a qualidade de vida das mulheres e preservar sua fertilidade.
Fonte:
SEPULCRI, Rodrigo de Pinho; AMARAL, Vivian Ferreira do. Endometriose pélvica em adolescentes: novas perspectivas. Disponível em: . Acesso em 17 de março de 2014.
CORRÊA, Frederico José Silva. Endometriose na Adolescência. Disponível em: . Acesso em 17 de março de 2014.
CARDOSO, Érica de Souza; ANSELMO, Neriane Magalhães; MIGUEL, Katia Jacqueline; SILVA, Alessandra Bonacini Cheraim Silva. Disponível em . Acesso em 17 de março de 2014.
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