A pesquisa básica da infertilidade avalia os possíveis motivos de o casal não conseguir gerar filhos. Ela consiste em uma série de exames que tanto o homem quanto a mulher devem fazer para que seja possível indicar o tratamento adequado. A pesquisa pode dividir-se em duas etapas, veja quais são:
Pesquisa geral – em que são requeridos exames como hemograma, Papanicolau, tipagem sanguínea, fator RH e sorologias;
Pesquisa específica – envolve exames como avaliação seriada do muco cervical, ultrassonografia endovaginal, dosagens hormonais, espermograma, histerossalpingografia, entre outros.
Pesquisa básica masculina
A pesquisa básica específica masculina é o espermograma. Esse exame avalia se há algum problema no líquido seminal masculino (a parte do sêmen sem o espermatozoide) que possa estar gerando a infertilidade. É um exame obrigatório para casais inférteis.
Para essa investigação é colhido o sêmen, geralmente por masturbação, após três dias de abstinência sexual. Se o primeiro exame não for esclarecedor, deve ser realizado um novo exame em 15 dias. O volume recolhido varia de 2 a 5ml de volume de esperma, que contém 20 milhões de espermatozoides por miligrama normalmente.
Pesquisa básica feminina
Já a pesquisa básica da infertilidade feminina possui várias etapas. Devem ser realizadas nos três períodos do ciclo: no menstrual, no periovulatório (fértil) e na fase lútea (fim da ovulação e início da menstruação). Podem ser realizados os seguintes exames:
Seleção do folículo dominante – na primeira fase, é feita a seleção do óvulo que recebe maior estímulo de estrogênio para avaliar as alterações hormonais do período fértil. A quantidade de hormônio no folículo reflete a reserva ovariana em relação à quantidade e qualidade dos óvulos.
Ultrassonografia transvaginal – também possibilita avaliar o potencial uterino. O exame é realizado entre o terceiro e o quinto dia do ciclo, quando o volume dos ovários apresenta significativamente o potencial fértil dos ovários. A avaliação pelo muco cervical consiste em observar características como volume, aspecto, elasticidade, cristalização, celularidade e pH. É atribuído para cada parâmetro o valor de um a três, e o muco cervical é considerado bom quando a soma de todos os fatores é igual ou superior a nove.
Exame de sangue – na fase lútea, é calculada a dosagem da progesterona por meio do exame de sangue colhido no sétimo dia (na fase lútea média). Se os resultados forem superiores a 10ng/ml, isso quer dizer que há um equilíbrio hormonal.
Histerossalpingografia – a última etapa da investigação é o exame de raio-X das trompas e útero. Ele é feito através da injeção de um líquido no interior do útero, que o preenche e percorre todo o trajeto até as tubas. O exame verifica a permeabilidade tubária e avalia se há anormalidades no interior do útero. As imagens são bastante úteis para informar as condições do sistema reprodutor feminino.
Todos esses exames se complementam, fazendo parte da pesquisa básica de infertilidade. Ao identificar a dificuldade de engravidar, após um ano de tentativas sem o uso de contraceptivo, o casal pode procurar um médico especialista em reprodução humana, que solicitará os exames necessários. Sem a investigação adequada, não é possível indicar o tratamento adequado para solucionar o problema do casal.
Referências:
1. ANTONIOLLI CB. Desenvolvimento folicular, ondas foliculares e manipulação. Seminário de Endocrinologia da Reprodução do Programa de Pós-graduação em ciências veterinárias da UFRGS. 2012. Disponível em: . Acesso em: 05.12.2020
2. Federação das sociedades portuguesas de obstetrícia e ginecologia. Manual de Ginecologia (2009). Volume II. Capítulo 44: Histerossalpingografia. Disponível em: http://www.fspog.com/fotos/editor2/cap_44.pdf. Acesso em: 05.12.2020
3. Federação das sociedades portuguesas de obstetrícia e ginecologia. Manual de Ginecologia (2009). Volume II. Capítulo28: Infertilidade. Disponível em: . Acesso em: 05.12.2020
4. Moura MD de, Sala MM de, Yamazaki R, Borelli T. Propedêutica do casal infértil. In: Protocolos de condutas em infertilidade conjugal. São Paulo: Conexão Brasil; 2004. Disponível em: http://rgo.fmrp.usp.br/wp-content/uploads/sites/87/2016/05/protocolos_pastapreta.pdf. Acesso em: 05.12.2021
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