Infecção urinária é a presença anormal de patogênicos (que causam doença) em alguma região do trato urinário. Algumas pessoas, especialmente mulheres, podem apresentar bactérias no trato urinário e não desenvolverem infecção urinária, chamadas de bacteriúria assintomática.
As principais causas são a relação sexual e as bactérias do trato gastrointestinal, que migram por via ascendente da região perineal até a bexiga. Raramente ocorre pela via hematogênica (circulação sanguínea).
Existem dois tipos principais: a cistite e a pielonefrite. A Cistite é a infecção que afeta a bexiga, enquanto a pielonefrite afeta o rim. Essa última possui sintomas mais severos.
A incidência de infecção urinária é de 80% a 90% em mulheres, é mais prevalente na idade reprodutiva e nas mulheres que estão na menopausa, devido à queda do estrogênio e de alterações no tipo e quantidade de micro-organismos que protegem a vagina.
Fontes:
Dr. Sérgio dos Passos Ramos CRM17.178 – SP
Lima, Geraldo Rodrigues de; Girão, Manoel J.B.C.; Baracat, Edmund Chada. Infecção do trato urinário inferior. In: Ginecologia de Consultório. 2003.1ª Edição. P. 47-51. Editora de Projetos Médicos. São Paulo-SP.
Stamm, Walter E., and Thomas M. Hooton. “Management of urinary tract infections in adults.” New England journal of medicine 329.18 (1993): 1328-1334.
Kass, Edward H. “Asymptomatic infections of the urinary tract.” The Journal of urology 167.2 (2002): 1016-1020.
Kunin, Calvin M., and Regina C. McCormack. “Prevention of catheter-induced urinary-tract infections by sterile closed drainage.” New England Journal of Medicine 274.21 (1966): 1155-1161.
Johnson, James R., and Walter E. Stamm. “Urinary tract infections in women: diagnosis and treatment.” Annals of internal medicine 111.11 (1989): 906-917.
Sintomas
Na infecção urinária, os principais sintomas na mulher são:
- Disúria (ardor na uretra durante a micção);
- Aumento da frequência urinária (mais de sete vezes por dia);
- Noctúria (mais de uma micção noturna);
- Sensação de esvaziamento incompleto da bexiga;
- Dor suprapública;
- Sangue na urina;
- Alteração do aspecto físico da urina (coloração escura, aparência turva e odor forte).
Em alguns casos mais severos, a doença pode causar dor lombar, febre e/ou mal-estar.
Fontes:
Dr. Sérgio dos Passos Ramos CRM17.178 – SP
Lima, Geraldo Rodrigues de; Girão, Manoel J.B.C.; Baracat, Edmund Chada. Infecção do trato urinário inferior. In: Ginecologia de Consultório. 2003.1ª Edição. P. 47-51. Editora de Projetos Médicos. São Paulo-SP.
Diagnóstico
A infecção urinária é uma doença que, quando não tratada adequadamente, pode acometer todo o trato urinário, independente da faixa etária do paciente. As mulheres sofrem mais com o problema por terem uma uretra mais curta e mais próxima ao ânus, local rico em bactérias provenientes das fezes. A doença é causada por micro-organismos que entram pela uretra e que podem até mesmo atingir a bexiga e os rins, infectando todo o trato urinário, causando fortes dores.
O diagnóstico da infecção urinária é realizado em consultório pela escuta das queixas do paciente e pelo exame físico realizado em consultório. A comprovação da infecção é realizada pelo exame de urina e determinação da quantidade de bactérias presentes na amostra coletada. Se o resultado for superior a 100 mil bactérias por mililitro é diagnosticada a infecção urinária. O tipo de bactéria causadora da infecção e o antibiótico apropriado para o tratamento são determinados pela cultura de urina (urocultura).
Dependendo do nível da infecção e do histórico do paciente, o médico pode solicitar outros exames para investigar o aparelho urinário. Podem ser solicitados exames como ultrassom do abdômen e da pelve, urografia excretora, cintilografia renal e outros exames de imagem, tais como tomografia do abdômen.
Apesar de não ser uma enfermidade específica do sexo masculino ou feminino, as mulheres estão mais predispostas a terem infecção urinária, pois sua uretra é mais curta e mais próxima do ânus, favorecendo o contágio por bactérias provenientes das fezes. Por esse motivo, é extremamente importante ter atenção à higiene dessa região.
Se sentir ardência ou dor ao urinar procure seu médico. A infecção urinária deixada sem tratamento pode comprometer diversos órgãos do trato urinário.
Fonte:
LOPES, Hélio Vasconcellos; TAVARES, Walter. “Diagnóstico das infecções do trato urinário”. Disponível em: . Acesso em 14 de 2014.
Exames
Para diagnosticar adequadamente a infecção urinária, o especialista deve solicitar a urocultura com antibiograma – exame realizado em laboratório. O antibiograma é um teste de sensibilidade a fim de identificar a sensibilidade a certos antibióticos do agente causador da doença.
Fonte:
Lima, Geraldo Rodrigues de; Girão, Manoel J.B.C.; Baracat, Edmund Chada. Infecção do trato urinário inferior. In: Ginecologia de Consultório. 2003.1ª Edição. P. 47-51. Editora de Projetos Médicos. São Paulo-SP.
Prevenção
Para prevenir a infecção urinária recomendam-se algumas medidas a serem realizadas no dia a dia. Confira abaixo:
- Ingestão de líquidos em grande quantidade;
- Não reter urina;
- Corrigir alterações intestinais como diarreia ou obstipação;
- Micção antes e após relação sexual;
- Estrógeno para as mulheres na pós-menopausa sem contraindicação hormonal;
- Evitar o uso do diafragma e espermicidas;
- Tratamento adequado do diabetes mellitus.
Fonte:
Lima, Geraldo Rodrigues de; Girão, Manoel J.B.C.; Baracat, Edmund Chada. Infecção do trato urinário inferior. In: Ginecologia de Consultório. 2003.1ª Edição. P. 47-51. Editora de Projetos Médicos. São Paulo-SP.
Tratamentos e cuidados
Para a infecção urinária do tipo cistite é possível o tratamento com antibiótico de dose única, de curta duração (três dias) ou de longa duração (sete a dez dias). Já na pielonefrite, a indicação é o uso do de antibiótico por períodos mais longos.
Como no caso do corrimento vaginal, a idade e o modo de vida da paciente devem ser levados em consideração para a escolha do tratamento.
Fonte:
Lima, Geraldo Rodrigues de; Girão, Manoel J.B.C.; Baracat, Edmund Chada. Infecção do trato urinário inferior. In: Ginecologia de Consultório. 2003.1ª Edição. P. 47-51. Editora de Projetos Médicos. São Paulo-SP.
Convivendo
Em alguns casos a infecção se torna recorrente e conviver com esse problema não é nada fácil. Alguns fatores aumentam as chances da doença reaparecer, como o diabetes, retenção urinária, uso de sondas inseridas no trato urinário, incontinência fecal e urinária, cálculos renais e gravidez.
Para evitar que a infecção urinária se torne uma doença recorrente o ideal é fazer um acompanhamento médico a fim de tratar causas que predisponham seu surgimento, beber bastante água e evitar a retenção urinária além de lembrar de urinar após as relações sexuais.
Fonte:
LOPES, Hélio Vasconcellos; TAVARES, Walter. “Diagnóstico das infecções do trato urinário”. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302005000600008. Acesso em Novembro/20.
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