Você sabia que uma das queixas mais comuns das mulheres no climatério é a falta de libido, ou seja, de desejo sexual? Este fato está relacionado, em parte, com a diminuição dos hormônios testosterona, estrogênio e progesterona, uma vez que nesta fase os ovários deixam de produzi-los.

 

Mas não é só isso. A baixa libido envolve outros fatores, como problemas no relacionamento, rotina diária estafante, estresse diante das alterações que começam a acontecer no próprio corpo ou dificuldades de ordem material, tais como falta de trabalho e dinheiro.

 

Para a psicóloga Barbara Oliveira Pina, o fator psicológico também influencia nesta questão. “A menopausa inaugura uma série de mudanças significativas no corpo, dando sinais de que estamos envelhecendo, e isso pode ser vivenciado negativamente pela mulher que, ao não mais se sentir desejável, rejeita as mudanças e passa a construir uma autoimagem distorcida. Tudo isso certamente implicará no modo com que ela vive sua sexualidade”, explica.
O ginecologista e obstetra Jaime Liberman diz que ainda existe um tabu em torno deste tema e por isso muitas mulheres se sentem envergonhadas em conversar sobre o assunto, até mesmo com o seu médico. “Tenho pedido para algumas pacientes levarem seus parceiros às consultas para que eles entendam este momento delicado da vida delas”, relata. O médico lembra também que o uso de medicamentos controlados, tais como antidepressivos e ansiolíticos (para diminuir a ansiedade), colaboram para a redução da libido. Neste caso, convém mudar a medicação.

 

Culpa

 

Diminuição da libido no climatério

Muitas vezes a mulher se sente culpada por não corresponder às expectativas do parceiro. Ela não entende muito bem o que está acontecendo consigo mesma, o porquê da perda do desejo e, às vezes, até convive com a fantasia de que será abandonada. Achar-se feia, não desejável e impotente para lidar com a situação pode minar sua autoestima.

 

“O tratamento passa principalmente pela possibilidade de resignificar essas impressões e pela aceitação dessa nova condição: o que se perde, o que se inaugura. A terapia de casal pode ajudar a encontrar estratégias para atravessar esse momento na vida a dois”, diz Barbara.
De acordo com a psicóloga, quanto mais o casal falar sobre o assunto e o parceiro se mostrar disposto a escutar, compreender, incentivar a mulher a buscar ajuda especializada, mais a dupla vai se fortalecer mutuamente.

 

“O companheiro é fundamental. Será preciso que ele entenda este momento delicado da vida da parceira e suas manifestações, tais como ressecamento vaginal, dor durante o ato sexual e diminuição de libido, e tenha mais paciência, pois ela levará mais tempo para se satisfazer”, acrescenta o Dr. Jaime. O

 

Ele também sugere a utilização de cremes intravaginais à base de hormônios, ou de hidratantes vaginais, para melhorar o ressecamento vaginal, facilitar a penetração e diminuir a dispareunia, que é a dor durante a relação sexual.

 

Para aumentar a libido

 

Uma das abordagens para aumentar a libido é a terapia de reposição hormonal (TRH). Claro, desde que não haja contraindicações, como câncer de mama, insuficiência hepática e doença coronária, entre outras. Quando indicada, é recomendado que seja feita de forma precoce, ou seja, em mulheres com menos de 60 anos de idade e menos de 10 anos após a menopausa, o que é chamado de “janela terapêutica”, como explica em seu site a Dra. Vanessa Aoki Santarosa Costa, endocrinologista e metabologista.

 

Fundamental destacar que muitos dos efeitos adversos da TRH estão relacionados à dose hormonal; por isso, a tendência é que estas sejam cada vez mais baixas, para diminuir os riscos. Vale ressaltar que o tratamento com baixas doses não aumenta a incidência de câncer de mama.

 

Outras dicas dizem respeito ao estilo de vida: a prática de atividades como pilates, yoga, corrida, dança, etc. ajuda a aumentar a disposição física e mental. Cuidar de si mesma também favorece a autoestima. A mulher deve permitir-se ficar atraente, concentrar seus pensamentos no sexo e no prazer durante a relação e não ter vergonha de expressar seus desejos ao parceiro.

 

A maior liberdade sexual que a mulher vem conquistando contribui para a liberação da energia feminina, que por muito tempo teve de ser contida. “Hoje autoriza-se mais frequentemente que a gente viva de acordo com nosso desejo sexual, que realizemos nossas fantasias, e tudo isso é muito saudável para a psique, o corpo e a autoestima”, expõe Barbara.

 

Mariana Fusco Varella, editora do site do Dr. Drauzio Varella, escreveu que para aceitar o próprio desejo sexual é preciso, antes de tudo, se livrar de culpa e sentir-se merecedora do prazer. “É necessário dissociar a relação conjugal da vida cotidiana e ver o homem como parceiro”, afirmou em artigo.

 

Fontes:

Dr. Jaime Liberman, ginecologista e obstetra. CRM 52386339/RJ.

Barbara Oliveira Pina, psicóloga. CRP: 06/128642 SP.

Site M de Mulher (Grupo Abril): http://mdemulher.abril.com.br/amor-e-sexo/como-aumentar-a-sua-libido-na-menopausa/, acessado em 06/06/2017.

Site Dr. Drauzio Varella (Para as Mulheres): https://drauziovarella.com.br/para-as-mulheres/falta-de-libido/, acessado em 06/06/2017.

Site Dra. Vanessa Aoki Santarosa Costa (CRM-SP 133.89): www.dravanessasantarosa.com, acessado em 06/06/2017

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